As mulheres britânicas com elevado risco de contrair cancro da mama têm uma nova opção preventiva. O Reino Unido é o primeiro país europeu a autorizar o uso de tamoxifeno e raloxifeno como tratamento profiláctico em mulheres sãs, mas com alto risco de vir a ter cancro da mama.
Até agora, estes medicamentos – que atuam sobre os estrogénios – têm sido usados apenas em pacientes às quais foi diagnosticado cancro, após cirurgia e com o objectivo de reduzir o risco de recaídas.
A prescrição de tamoxifeno e raloxifeno em mulheres sãs, com o objectivo de reduzir o aparecimento de tumores, tem sido alvo de alguma controvérsia porque alguns estudos indicam que a sua administração pode aumentar o risco de cancro do endométrio e de trombose venosa aguda.
No entanto, a decisão do National Institute for Health and Care Excellence (NICE ) de autorizar esta indicação preventiva no sistema de saúde pública britânico transformou o Reino Unido no primeiro país europeu a dar esse passo que, de acordo com as estimativas oficiais, pode vir a beneficiar meio milhão de mulheres.
A deliberação das entidades britânicas prevê que seja oferecido um comprimido de tamoxifeno e raloxifeno a mulheres com mais de 35 anos com risco elevado ou moderado de cancro da mama. De acordo com um comunicado de imprensa do NICE, a toma diária de um destes comprimidos reduz em cerca de 40% a probabilidade de vir a ter cancro.
A cirurgia profiláctica, como a que fez a atriz norte-americana, Angelina Jolie, continua a ser uma opção disponível no Reino Unido para as mulheres que o desejem. Além disso, os responsáveis do NICE sublinham que os comprimidos de tamoxifeno e raloxifeno não estão isentos de efeitos secundários que podem afetar a qualidade de vida das mulheres.
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