O escritor português e Prémio Nobel da Literatura em 1998 José Saramago morreu hoje aos 87 anos em Lanzarote. O autor português encontrava-se doente mas em estado «estacionário», mas a situação agravou-se, explicou o seu editor, Zeferino Coelho.
José Saramago nasceu na aldeia ribatejana de Azinhaga, concelho de Golegã, no dia 16 de Novembro de 1922, embora o registo oficial mencione o dia 18.
Os seus pais emigraram para Lisboa quando ele ainda não tinha três anos de idade. Toda a sua vida tem decorrido na capital, embora até ao princípio da idade madura tivessem sido numerosas e às vezes prolongadas as suas estadas na aldeia natal.
Fez estudos secundários (liceal e técnico) que não pôde continuar por dificuldades económicas. No seu primeiro emprego foi serralheiro mecânico, tendo depois exercido diversas outras profissões, a saber: desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, editor, tradutor, jornalista.
Publicou o seu primeiro livro, um romance («Terra do Pecado»), em 1947, tendo estado depois sem publicar até 1966. Trabalhou durante doze anos numa editora, onde exerceu funções de direcção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na Revista Seara Nova.
Em 1972 e 1973 fez parte da redacção do Jornal Diário de Lisboa onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante alguns meses, o suplemento cultural daquele vespertino. Pertenceu à primeira Direcção da Associação Portuguesa de Escritores. Entre Abril e Novembro de 1975 foi director-adjunto do Diário de Notícias.
A partir de 1976 passou a viver exclusivamente da escrita, inicialmente como tradutor, depois como autor.
Em 1980, alcançou notoriedade com o livro «Levantado do Chão», visto hoje como o seu primeiro grande romance. «Memorial do Convento» confirmaria esse sucesso dois anos depois.
Em 1991, publica «O Evangelho Segundo Jesus Cristo», livro censurado pelo Governo - o que levou Saramago a exilar-se em Lanzarote, nas Ilhas Canárias (Espanha), onde viveu até hoje. Foi ele o primeiro autor de língua portuguesa a receber o Prémio Nobel de Literatura, em 1998.
Entre os seus outros livros estão os romances «O Ano da Morte de Ricardo Reis» (1984), «A Jangada de Pedra» (1986), «Ensaio sobre a Cegueira» (1995), «Todos os Nomes» (1997), e «O Homem Duplicado» (2002); a peça teatral «In Nomine Dei» (1993) e os dois volumes de diários recolhidos nos «Cadernos de Lanzarote» (1994-1997).
Deixa como último livro publicado «Caim», que chegou às bancas no ano passado.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=188&id_news=455847
3 comentários:
Nem imaginas a figurinha que fiz ainda agora, ao entrar no café. Deparei-me com esta notícia assim de caras, na tv e fiquei em choque. Perguntei logo à funcionária, praticamente a berrar, ups, o motivo do falecimento, meia atordoada, mas a gaja nem sabia quem era o nobel. Sempre o admirei mas após ter ganho o nobel, como sou sempre do contra, deixei de ler os livros dele em público porque parecia moda. O último livro foi simplesmente, delicioso.
Não sabia que ele tinha leucemia crónica.
Ps.Acho que ele deu muito ao país e o país não lhe deu nada!
*
Beijo e bom fim-de-semana
VandaReis
Olá Lina
Estou de acordo com a Vanda,agora é que lhe vão fazer o funeral e vão ser homenagens atrás de homenagens vais ver.
Enfim é o País que temos.
Beijinhos para as duas ninas.
Olá Meninas,
não sabia porque morrer foste tu que me disses-te agora Vanda.
Ele tinha algumas palavras rudes nas entrevistas que dava o que não facilitava muito a simpatia das pessoas, mas lamento a sua morte trouxe-nos um Nobel o único na literatura. *
Beijokas ás duas
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