quarta-feira, 20 de junho de 2012

Cancro da mama tem pelo menos 50 mutações genéticas

Investigação identificou mutações genéticas recorrentes que, até agora, não tinham sido relacionadas com o cancro da mama



No cancro da mama intervêm pelo menos 50 mutações genéticas, cujo conhecimento poderá aumentar a eficácia dos tratamentos atuais, revela um estudo internacional publicado esta quarta-feira na revista "Nature".
Uma equipa de investigadores sequenciou o exoma - uma parte minúscula do genoma que contém a informação necessária para a produção de proteínas - de 103 tumores de doentes do México e do Vietname, bem como o genoma completo de outros 22 casos de cancro da mama, e comparou os resultados com amostras de tecidos sãos.
Desta forma, conseguiu identificar um conjunto de mutações genéticas recorrentes que, até agora, não tinham sido relacionadas com o cancro da mama. O seu conhecimento, sustentam os cientistas, permitirá aumentar a eficácia dos tratamentos atuais.
O cancro da mama engloba vários subtipos de tumores diferentes.
"O nosso estudo mostra a diversidade real das mutações no cancro da mama, em que há 50 genes alterados", explicou, citado pela agência Efe, um dos co-autores do estudo, Matthew Meyerson, do Instituto Dana-Farber, nos EUA.
Os peritos descobriram também que no cancro da mama triplo negativo, uma variante muito agressiva da doença, há uma fusão entre dois genes (MAGI3 e AKT3), depois da qual começam a fabricar uma proteína que transforma as células sãs em cancerígenas.
A equipa de Matthew Meyerson espera que esta proteína sirva como chave terapêutica para novos tratamentos, já que o cancro da mama triplo negativo é resistente a alguns dos medicamentos mais eficazes disponíveis no mercado e representa entre 15% a 25% dos casos totais de cancro da mama.
Os cientistas observaram ainda alterações noutro par de genes responsável pela diferenciação celular (CBFB y RUNX1), processo pelo qual as células se especializam, o que é considerado muito importante na formação do cancro.
Concretamente, descobriram que o gene CBFB sofria mutações frequentes enquanto que o RUNX1 tinha perdido fragmentos de ADN.


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