segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Ontem foi a noite mais longa do ano e uma das mais longas da história da Terra

Esta é a noite mais longa do ano e uma das mais longas da história da Terra
A primeira noite de inverno é a mais longa do ano do Hemisfério Norte. O solstício é hoje às 23.03.
O solstício de inverno marca o início da estação no Hemisfério Norte e também da noite mais longa do ano. A ciência diz-nos que os dias estão a ficar maiores e portanto também as noites, o que significa que esta será uma das mais longas da história da Terra.
Não se preocupe, não vai com certeza reparar, mas é uma curiosidade engraçada: os dias estão a crescer desde o início da história da Terra, nota o blogger de ciência Colin Schultz. Não vai reparar porque os dias estão a crescer muito, muito lentamente."Dois milésimos de segundo por século. Nenhum de nós na nossa vida vai notar qualquer coisa", explica o astrónomo Rui Agostinho - a um ritmo de dois milésimos de segundo por século são precisos cem mil anos para ganharmos dois segundos.
O diretor do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL) explica a ciência por trás da curiosidade: a rotação da Terra está a abrandar e a culpa do fenómeno é da Lua. O efeito da força de maré da Lua, a força gravítica que o satélite da Terra exerce sobre o nosso planeta, não é igual em todos os pontos do planeta, explica Rui Agostinho: "A pequena diferença entre a força exercida sobre o ponto central da Terra e sobre a superfície causa as marés oceânicas e tem outro efeito, que é abrandar a rotação da terra."
No entanto, há fatores que afetam a rotação do planeta em escalas mais curtas e, por razões que não são claras para os cientistas, a Terra esteve especialmente lenta durante alguns meses de 1912, diz o geofísico Richard Gross, da NASA, citado na revista Air & Space, do Smithsonian. O que faz com que noite do solstício desse ano tenha sido a mais longa. E, por contraste, em 2013 acelerou ao ponto de ganhar um milissegundo. A tendência média, a longo prazo, é para os dias ficarem mais longos.
Rui Agostinho explica que há dados que comprovam que a Terra já rodopiou mais depressa. Através dos registos fósseis, nomeadamente da análise de corais muito antigos, organismos que são muito sensíveis à luz solar e que precisam dela para crescer, é possível deduzir que há centenas de milhões de anos, no período de um ano, o tempo da Terra dar uma volta ao Sol, o planeta rodava 400 vezes sobre si próprio. "O que significa que os dias eram mais curtos", conclui Rui Agostinho. Ou seja, há 360 milhões de anos, no Devoniano (ou Devónico), o período em que a Terra assistiu à proliferação dos peixes, um ano terrestre tinha 400 dias de cerca de 22 horas.

Sem comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...