segunda-feira, 16 de maio de 2011

Teste genômico identica resposta à quimioterapia e prevê sobrevida de pacienetes

14.05.2011

Ferramenta pode ser usada um dia no tratamento só com a terapia padrão ou com experimentos clínicos personalizados


Um novo teste genômico combinando várias características - estado do paciente receptor de estrógeno, resposta à terapia endócrina, resistência à quimioterapia e sensibilidade - promete oferecer um prognóstico da resposta à quimioterapia e da sobrevida para mulheres com câncer de mama invasivo, de acordo com uma pesquisa liderada pelo MD Anderson Cancer Center da University of Texas.
Os resultados, publicados na JAMA de 11 maio, também pode determinar aqueles para quem a terapia padrão por si só não pode oferecer o suficiente e/ou para os quais uma triagem clínica adequada no tratamento adjuvante poderia trazer benefícios adicionais.
"A pesquisa tem por base uma década de trabalho colaborativo no desenvolvimento de um prognosticador de quimioterapia clinicamente significativo, que, se for validado em estudos futuros, poderá orientar o tratamento para cerca de 80% das mulheres diagnosticadas com câncer de mama invasivo que são candidatas à quimioterapia", diz o Me. W. Fraser Symmans, professor no MD Anderson? s Department of Pathology.
"O teste nos ajuda a entender a resistência, a resposta à quimioterapia e, mais especificamente, como a sensibilidade à terapia endócrina impactaria um prognosticador e como se concentrar em subtipos específicos de câncer de mama - neste caso a doença de HER2 negativo estratificada pelo status do receptor de estrogênio (ER) - porque nós aprendemos que eles são muito intrinsecamente diferentes", Symmans continua.
O estudo multicêntrico arrolou 310 mulheres recém-diagnosticadas com câncer de mama invasivo (coorte descoberta) Fase II e III. Todos eram Her2 negativas e receberam o regime de quimioterapia sequencial de taxano e antraciclina, seguido por terapia endócrina, se positiva para receptor hormonal. Microarranjos de expressão gênica da coorte de descoberta foram utilizados para desenvolver diferentes assinaturas prognosticadoras da resistência e da resposta à droga. Usando as assinaturas para a resposta à terapia endócrina, para a resistência e a sensibilidade à quimioterapia, em combinação com outros prognosticadores genômicos de resposta à quimioterapia, o tratamento do câncer de mama foi prognosticado em uma coorte independente de 198 pacientes com câncer de mama com diagnóstico e tratamento semelhantes (grupo independente).
O desfecho primário do estudo foi a sobrevida livre de recidiva distante (DRFS) e a redução do risco absoluto (ARR), e a média de acompanhamento foi de três anos. Excluindo das mulheres com sensibilidade do sistema endócrino, o algoritmo teve um valor prognosticador (PPV) positivo de 56%. Nas 28% que foram prognosticadas como sensíveis ao tratamento, a sua DRFS de três anos foi de 92%, o ARR foi de 18% e tiveram uma redução de cinco vezes do risco de recorrência distante.
Quando analisadas pelo estado do ER, a sensibilidade do tratamento foi prognosticada em 30% das mulheres ER-positivas e em 26% daquelas que eram ER-negativas. Aos três anos de acompanhamento, a DRFS e o ARR foram de 97% e 11%, respectivamente, na coorte de ER-positivas, em comparação com 83% e 26%, respectivamente, na coorte de ER-negativas.
"Do ponto de vista terapêutico, sabemos que o tratamento que uma paciente recebe no momento do diagnóstico inicial oferece a maior chance de cura. Ao mesmo tempo, temos muitos ensaios clínicos possíveis com novos terapêuticos e agentes específicos para o câncer de mama. Atualmente, nós ainda não temos certeza sobre quais podem ser curados com quimioterapia e quais também poderiam se beneficiar destas novas terapias", disseram o Me. Lajos Pusztai, professor no Departamento de Oncologia Médica da Mama e um dos autores do estudo.
Se validados em estudos futuros, esses resultados poderiam ser usados como um porteiro do tratamento, explica Pusztai, orientando as mulheres e seus médicos, ao confirmar a seleção de quimioterapia padrão ou, para aquelas com maior risco de recorrência, uma triagem clínica potencialmente terapêutica na configuração adjuvante, a partir da qual eles podem ganhar ainda mais benefícios clínicos.


RETIRADO:  iSaúde.net

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