sábado, 16 de julho de 2011

Descobertos seis subtipos de cancro da mama resistentes a tratamento padrão



Investigadores do Vanderbilt-Ingram Cancer Center identificaram seis subtipos de uma forma de cancro da mama agressiva e difícil de tratar, chamada triplo-negativo (TNBC). Os cientistas descreveram as características moleculares desses seis subtipos e identificaram quimioterapias às quais cada um deles respondeu nos testes com células cultivadas e modelos animais. Saber o subtipo específico pode ajudar os médicos a determinarem quais tratamentos funcionam melhor em doentes com TNBC e também apoiar o desenvolvimento de novas drogas para tratar este tipo de cancro da mama, avança o portal ISaúde.


Os TNBCs são responsáveis por 10% a 20% de todos os cancros da mama e tendem a ser mais agressivos do que outros tipos. "É um problema de saúde bastante significativo do ponto de vista que 11% dos caucasianos, 17% e 25% dos afro-americanos têm este tipo de cancro da mama", apontaJennifer Pietenpol.


Apesar de alguns doentes com TNBC inicialmente responderem bem à quimioterapia padrão, estes tumores são mais propensos a se repetirem após o tratamento e a ter um prognóstico pior. Menos de 30% das mulheres com TNBC metastático sobrevivem por cinco anos.


Os tumores TNBC não têm os receptores de estrogênio (ER) e os receptores de progesterona (PR) que levam a cerca de 60% dos cancros da mama. Eles também não apresentam qualquer amplificação de um outro receptor, chamado HER2, que leva a cerca de 20% a 30% dos cancros de mama. A ausência destes receptores faz com que não respondam às terapias hormonais, como o tamoxifen, ou terapias direcionadas ao HER2, como o trastuzumab (Herceptin®).


Os investigadores Brian Lehmann e Joshua Bauer, juntamente ao bioestatístico Xi (Steven) Chen identificaram 587 casos de TNBC entre os 21 conjuntos de dados de cancro da mama publicamente disponíveis. Os cientistas analisaram os dados do genoma para descobrir perfis de expressão de único gene.


A análise revelou seis subtipos distintos - dois tipos " semelhantes ao basal" (BL1 e BL2) envolvendo o ciclo celular e genes do DNA que respondem a danos; dois tipos "mesenquimais" (M e MSL) conduzidos por genes envolvidos na diferenciação celular e nas vias de fator de crescimento; um grupo "imunomodulador" (IM), impulsionado por genes do sistema imunológico, e um subgrupo "luminal" (LAR), impulsionado por sinalização de andrógino (hormona sexual masculina).


Os investigadores também identificaram linhagens de células representando cada um destes subtipos e testaram várias quimioterapias em desenvolvimento ou em pesquisa clínica sobre as linhagens celulares. Também implantaram estas células em ratos para gerar modelos animais com estes subtipos de tumor.


Os investigadores descobriram que os subtipos BL1 e BL2 responderam à cisplatina; os subtipos M e MSL responderam ao dasatinibe e à droga experimental NVP-BEZ235, e os subtipos LAR foram sensíveis à bicalutamida.


Os resultados fornecem uma maneira de distinguir diferenças moleculares neste grupo diversificado de cancros da mama e sugerem alvos moleculares para cada subtipo, podendo ajudar na descoberta de medicamentos. De acordo com os investigadores, distinguir os subtipos biológicos de TNBC serve para orienta o projecto de ensaios clínicos de triagem de subtipos de cancro da mama, apontando novos biomarcadores para seleccionar os doentes de acordo com um determinado tratamento, e identificando outros alvos para a criação de novas drogas.




Fonte: POP - Portal de Oncologia Português

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